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Ex-premiê da Holanda e esposa decidem morrer juntos por eutanásia

Dries e Eugenie, ambos com 93 anos, optaram por morrer juntos, assistidos por médicos em um hospital.

15/02/2024 00h31
Por: Redação
Dries e Eugenie van Agt morreram por eutanásia dupla. (Foto: Reprodução/YouTube/Speed News TV).
Dries e Eugenie van Agt morreram por eutanásia dupla. (Foto: Reprodução/YouTube/Speed News TV).

O ex-primeiro ministro da Holanda Dries van Agt e sua esposa, Eugenie, morreram juntos por eutanásia dupla, no dia 5 de fevereiro.

Segundo a fundação de Dries, a The Rights Forum, ambos tinham 93 anos e morreram de mãos dadas em um hospital na cidade holandesa de Nijmegen, onde viviam. Eles foram casados por 70 anos.

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Dries tinha sequelas de uma hemorragia cerebral, que sofreu em 2019, e optou pelo suicídio assistido. Já a esposa não quis viver sem o marido, e também escolheu morrer. O ex-premiê governou a Holanda entre 1977 e 1982.

O país, que é pioneiro na legalização da eutanásia, permite que casais morram juntos por suicído assistido. Desde 2022, 116 eutanásias duplas foram realizadas.

Cultura da morte na Holanda

A Holanda foi o primeiro país a legalizar a eutanásia em 1º de abril de 2002. A morte assistida, no entanto, é permitida apenas para maiores de 12 anos que podem dar seu consentimento e para menores de um ano com a autorização dos pais.

De acordo com dados oficiais, o número de casos de eutanásia na Holanda aumentou 13,7% em 2022, totalizando 8.720 procedimentos – o que representa 5,1% de todas as mortes registradas no país naquele ano.

Em 2023, o governo holândes anunciou que está preparando a regulamentação da eutanásia para crianças com idades entre 1 e 12 anos que sofrem de doenças terminais. 

Essa medida é uma demanda dos pediatras há anos, que defendem a possibilidade de morte assistida para menores de idade.

Em média, os casos de morte assistida costumam aumentar cerca de 10% ao ano na Holanda, e a maioria dos pedidos é feita por pacientes com câncer.

Na Europa, os países que também permitem a eutanásia são: Bélgica, Luxemburgo, Espanha e Portugal.

Igrejas não concordam

Em 2022, as igrejas protestantes holandesas enviaram uma carta à Câmara dos Deputados, fazendo um alerta. Líderes cristãos diziam que “embora doenças graves e com risco de vida possam levar a situações complexas e angustiantes, as crianças não podem fazer uma escolha independente ao lidar com o fim ativo da vida”.

O texto redigido por eles foi divulgado no jornal Reformatorisch Dagblad. “Tememos que esta proposta leve a uma discussão sobre a possibilidade de eutanásia para outros grupos de pessoas com deficiência, como pessoas com demência grave. Isso é muito ameaçador para pessoas em circunstâncias vulneráveis”, escreveram ainda.

Além disso, as igrejas protestantes enfatizaram na carta que “é desejável e necessário que haja mais investimento em cuidados paliativos”.

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