Tocantins Era só agendamento
Golpe do falso pix: Ambulante diz que já vendeu R$ 100 em pipocas e só recebeu R$ 17
Vendedor de pipoca e algodão doce é uma das vítimas da nova modalidade de estelionato. Crimes virtuais já fizeram 81 vítimas nas primeiras semanas de 2023, segundo a Polícia Civil.
19/01/2023 09h57
Por: Redação Fonte: g1 Tocantins
Quase 100 pessoas foram vítimas do crime de estelionato virtual em 2023 — Foto: TV Anhanguera/Reprodução

Desde 2020, o pagamento via pix tem facilitado a vida financeira dos brasileiros. Entretanto, também provoca uma nova modalidade de crime. Pessoas mal intencionadas fingem que fazem a transferência mas, na verdade, o dinheiro nunca cai na conta do credor. O vendedor ambulante João da Silva já sentiu isso na pele e contou como os ‘clientes’ costumam agir.

Em um dia de trabalho, que ajuda na renda da família, ele vendeu mais de R$ 100 em pipoca e algodão doce com pagamentos feitos através de pix, mas quando conferiu a conta bancária, só tinha R$ 17.

“Depois que surgiu esse negócio do pix, o pessoal não carrega mais dinheiro. Aí agora só pix e cartão. Eu vendia para o pessoal e ficava baseando. Quando eu chegava em casa não tinha nada no pix, porque minha mulher que ficava com o celular em casa”, reclamou o ambulante.

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Até terça-feira (17), 81 pessoas caíram em crimes de estelionato em ambiente virtual, que inclui o golpe do falso pix. Os criminosos até mostram o comprovante da transferência entre contas, mas na verdade nenhum pagamento é feito e o comerciante sai no prejuízo.

No ano passado, foram 2.937 crimes dessa natureza e em 2021, 1.683. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública (SSP).

O delegado Romeu Fernandes faz alerta sobre o modo de operação de quem pode ter a intenção de dar o golpe. “A pessoa manda um comprovante que não é de pagamento, na verdade é de agendamento. A pessoa, por desconhecimento, não se atenta à essa diferença e acredita que o valor já está disponível para ela”, explicou.

Mas, ainda que o comerciante receba um documento ‘comprovando’ o pagamento, ainda assim é preciso desconfiar. “Existem diversos aplicativos que simulam esses comprovantes”, afirmou o delegado.

No ambiente virtual, que for condenado pelo crime de estelionato pode pegar uma pena mais grave que da forma comum do crime, que vai de quatro a oito anos de prisão.

Precaução

Para evitar cair nessa modalidade de crime, Amanda Emily, dona de uma loja de roupas da capital, disse que dá preferência ao uso da máquina de cartão, mesmo que a cliente queira pagar com pix.

“A maquininha gera um QR Code, e já sai um papelzinho com a confirmação. Então para poder se certificar de uma maneira segura, eu opto sempre por fazer direto na maquininha”, explicou.

Vendedor ambulante João da Silva tem o número do pix no carrinho de trabalho — Foto: TV Anhanguera/Reprodução