Produtores do Polo de Fruticultura Irrigada São João organizam um manifesto para esta terça-feira, 25, com carreata, buzinaço e panelaço, a partir das 7 horas. O motivo do protesto segundo os manifestantes é: “sem água não há produção, não há irrigação e será o fim do projeto”.
Dados apontam que o governo do Tocantins decidiu que não vai mais pagar a conta de energia do projeto, por um motivo muito simples: não é obrigação do Estado.
O governo garantiu que haverá um período de transição, em que deverá ser feito um repasse por um período R$ 300 mil mensais ao distrito, a instância dos produtores responsável pela gestão do projeto. Posteriormente quem vive na produção local deverá arcar com as despesas.
Em reunião remota com o Ministério do Desenvolvimento Agrário no Estado, o representante do Ministério Público Federal foi muito claro ao afirmar que “Não tem cabimento”, avisou. Para o MPF, o Estado não deve colocar mais um centavo para essa conta de luz do projeto. E é o que o governo vai fazer após essa transição, até porque vai dar problema jurídico, se mantiver essa benesse.
Foto Manuel Junior Projeto São João
O projeto
O Projeto de Irrigação São João está localizado no município de Porto Nacional, a 25 km de Palmas. Iniciado no ano de 2001, o projeto compreende uma área de 3.654 hectares com infraestrutura de irrigação que possui a produção de hortifrutigranjeiros e frutas em 326 lotes de pequenos produtores e 37 lotes empresariais.
Os trabalhos eram realizados pelo Governo do Tocantins, por meio da Agência Tocantinense de Transporte e Obras (Ageto), que contribuíam para o escoamento da produção agrícola local, e abasteciam o mercado consumidor de Palmas até Goiânia - GO.
De acordo com governo do estado, no ano de 2019 o potencial de produção do projeto chegava a 40 toneladas de alimentos por hectare. E nessa mesma época, somente 1.000 hectares possuíam a cultura de cultivo por meio de abacaxi, banana, maracujá, manga, melancia e mandioca.
A área total do projeto é de cerca de cinco mil hectares, dos quais 3.500 são irrigáveis e 1800 destinados à preservação ambiental. A água que chegava até os lotes pelos canais de irrigação eram usufruída pelos produtores para o cultivo de frutíferas e hortifruti granjeiros. Eles utilizavam sistemas de microaspersão e gotejamento.