A Ucrânia disparou pela primeira vez, nesta quarta-feira (20), mísseis britânicos Storm Shadow contra a Rússia, conforme confirmaram veículos de mídia do Reino Unido. De acordo com a BBC, The Guardian, Sky News e Reuters, as tropas de Volodymyr Zelensky lançaram uma ofensiva com cerca de 12 desses mísseis sobre a região de Kursk.
A notícia foi inicialmente divulgada em canais de guerra no Telegram, onde usuários compartilharam imagens e vídeos dos impactos e do denso fumo negro que saiu das áreas atingidas. Também foram compartilhadas fotos com fragmentos dos mísseis que, segundo especialistas, correspondem a esse tipo de arma.
Até o momento, o Estado-Maior ucraniano não se manifestou sobre o ataque, enquanto o gabinete do primeiro-ministro britânico Keir Starmer se recusou a comentar sobre os relatórios ou assuntos operacionais.
Essa ofensiva aconteceu apenas um dia depois de Kiev ter usado, também pela primeira vez, os mísseis de longo alcance americanos ATACMS contra alvos na Rússia. Após meses de pedidos, Zelensky finalmente conseguiu que seu homólogo Joe Biden – que deixará o cargo em dois meses – autorizasse o uso desses mísseis de artilharia contra solo inimigo, numa tentativa de neutralizar as fontes de ataques contra seu país e obter vantagem no campo de batalha.
A aprovação de Washington sugeria que Londres adotaria a mesma postura e permitiria que suas tropas também usassem seu armamento contra as Forças Armadas russas, embora o governo britânico tenha se recusado a comentar sobre o assunto.
Os Storm Shadow são mísseis potentes de longo alcance – cerca de 250 quilômetros – que, ao serem disparados de um avião, atingem velocidades próximas à do som e seguem até o impacto com o alvo. Pela sua precisão e rapidez, são considerados ideais para ataques a bunkers reforçados e depósitos de munição, que têm sido o foco da Ucrânia na eliminação nos últimos tempos.
Até esta quarta-feira, Zelensky só tinha permissão para usar esses mísseis contra o inimigo dentro das suas próprias fronteiras, por isso, essa mudança, junto com a dos Estados Unidos, representa um importante impulso para as tropas ucranianas, permitindo-lhes atingir alvos mais profundos na Rússia.
Essa mudança nas regras de uso dos mísseis causou grande desconforto no Kremlin, que rapidamente aprovou um decreto autorizando o uso de armas nucleares diante de agressões convencionais, já que “era necessário alinhar nossos princípios com a situação atual”, conforme afirmou o porta-voz de Vladimir Putin, Dmitry Peskov.
A nova disposição estabelece que Moscou poderá usar seu armamento nuclear em resposta a agressões de países não nucleares, desde que estes contem com o apoio de potências atômicas. Este seria o caso dos Estados Unidos e da Ucrânia.
Simultaneamente, o presidente russo ordenou um ataque aéreo contra Kiev no início da manhã desta quarta-feira, que, no entanto, foi em grande parte repelido. Segundo o Exército, os sistemas de defesa antiaérea conseguiram interceptar a maioria dos mísseis, sem registrar vítimas ou danos até o momento, evidenciando a eficácia das defesas ucranianas e a inferioridade do armamento russo, já desgastado após mais de mil dias de guerra.
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