Um atentado devastador atingiu a Igreja Mar Elias, localizada em Dweil’a, região periférica de Damasco, neste domingo (22).
De acordo com informações divulgadas pela agência estatal SANA, que cita dados do Ministério da Saúde da Síria, ao menos 25 pessoas perderam a vida e 63 ficaram feridas durante a explosão, que ocorreu enquanto fiéis participavam de uma missa.
O Ministério do Interior sírio apontou o grupo extremista Estado Islâmico como o responsável pelo ataque, embora nenhuma organização tenha assumido formalmente a autoria até o momento.
A emissora Al Jazeera, com sede no Catar, relatou que o agressor teria invadido o templo armado, disparado contra os presentes e, em seguida, detonado um colete explosivo. O relato foi reforçado por depoimentos de testemunhas no local.
Em comunicado publicado em seu canal oficial no Telegram, o Ministério do Interior afirmou que as equipes da Defesa Civil continuam atuando no resgate de corpos e atendimento às vítimas. Informações extraoficiais da mídia local indicam que havia crianças entre os mortos, aumentando ainda mais a comoção diante do atentado.
Segundo testemunhas ouvidas pela agência Associated Press, o autor do ataque não estava sozinho. Rawad, uma das fontes entrevistadas, relatou ter visto dois homens fugindo após deixarem o atacante nas proximidades da igreja. “Ele começou a atirar do lado de fora, depois entrou e se explodiu. Foi um caos total”, descreveu.
Este é o primeiro atentado dessa natureza registrado na Síria em vários anos e ocorre em um contexto delicado, no qual o recém-formado governo interino, liderado pelo presidente Ahmed al-Sharaa, tenta conquistar a confiança de grupos religiosos e étnicos minoritários.
O ataque pode ter repercussões diretas na tentativa de estabilização política do país, além de reacender o temor de uma nova onda de violência sectária.
O atentado também expôs a fragilidade da segurança na capital síria, mesmo após anos de relativo controle por parte do governo. Para analistas internacionais, o episódio sinaliza que células extremistas ainda operam no país, aproveitando brechas deixadas pelo enfraquecimento do sistema de inteligência durante a guerra civil.
A tragédia levanta questionamentos sobre a real capacidade do atual governo interino em proteger áreas civis e garantir estabilidade em regiões consideradas de maioria cristã, justamente num momento em que busca legitimar sua liderança junto às minorias religiosas.
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