O Tocantins apresenta cerca de 70% de sua malha rodoviária pavimentada com algum tipo de
problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. O diagnóstico faz parte da
pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Apenas 30% das estradas são consideradas boas ou ótimas.
A pesquisa foi feita em 2022 e considera toda a malha pavimentada das rodovias
federais, além dos principais trechos estaduais, totalizando 3.573 quilômetros de
rodovias no Tocantins. Foram analisados o pavimento, sinalização e geometria da via.
Durante o levantamento foram identificados 60 pontos críticos. Estes trechos
apresentam situações atípicas que interferem na fluidez do tráfego e podem trazer
riscos aos usuários e custos adicionais à operação. São exemplos: queda de
barreiras, pontes caídas, erosão na pista, buracos grandes e pontes estreitas, entre outros.
A superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit) afirmou, em nota, que monitora mensalmente a malha rodoviária
sob sua jurisdição e trabalha para garantir o melhor nível de serviço, a partir do
orçamento disponível.
Veja nota completa abaixo:
Pavimentação
Segundo o levantamento 66,5% do pavimento da malha viária do estado apresenta
problemas. Por outro lado, 33,5% têm condição satisfatória e 0,6% tem o pavimento
totalmente destruído
Sinalização e traçado
Os dados revelaram que 69,5% da extensão da malha rodoviária da região é
considerada regular, ruim ou péssima. 30,5%, ótima ou boa. Além disso, 6,6% da
extensão está sem faixa central e 11,7% não tem faixas laterais.
Para quem viaja pelo estado, por exemplo, não é incomum encontrar placas
destruídas e até escondidas pelo mato às margens da rodovia.
As estradas do estado também apresentam problemas no traçado. Neste quesito,
67,4% da malha rodoviária do estado apresenta algum tipo de problema como a
falta de acostamento (61,2%) e trechos com curvas perigosas que não tem
sinalização (50,6%).
Custos e investimentos
A estimativa da CNT é de que as condições do pavimento no estado do geram um
aumento de custo operacional do transporte de 37,0%. Isso vai se refletir
diretamente na competitividade do estado e do país, assim como no preço dos
produtos.
Seria necessário R$ 1,83 bilhão para recuperar as rodovias no estado, com ações
emergenciais de restauração e de reconstrução.
Além disso, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 41,5 milhões de
litros de diesel devido à má qualidade da malha rodoviária no estado. Esse
desperdício custará R$ 189,58 milhões aos transportadores.
O que diz o Dnit
O DNIT monitora mensalmente a malha rodoviária sob sua jurisdição e trabalha para
garantir o melhor nível de serviço, a partir do orçamento disponível. E mesmo diante de
um quadro de severa restrição orçamentária, o Departamento tem atuado para dar
continuidade às ações previstas no Plano Nacional de Logística.
A partir de um planejamento integrado e da valorização da gestão técnica foi possível
assegurar a manutenção da malha rodoviária e entregar obras aguardadas há décadas.
Prova disso é que no último ano, 99,97% do orçamento foi efetivamente empenhado, o
que demonstra de forma cabal o compromisso com a boa gestão e com o bom uso dos
recursos públicos.
Atingimos o patamar de 96% da malha rodoviária federal coberta por contratos de
manutenção e concluímos 4 mil quilômetros de revitalização, pavimentação e duplicação
de rodovias no país.
O DNIT possui sua metodologia de avaliação das condições da manutenção do
pavimento e da conservação das rodovias federais em todo o país. O Índice de Condição
da Manutenção (ICM) tem o objetivo de manter uma radiografia atualizada das
condições da malha federal sob jurisdição do DNIT. O monitoramento do ICM busca
ainda utilizar as informações apuradas na tomada de decisões sobre investimentos.
AGETO se pronuncia
Em resposta ao site Gazeta do Cerrado, a Agência Tocantinense de Transportes
e Obras (AGETO) comentou em nota:
A Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto) informa que em 2022,
primeiro ano da atual gestão, foi contratado mais de R$ 700 milhões em
infraestrutura rodoviária no Estado do Tocantins.
Oktransitáveis, porém com algum tipo de problema e 30% desta quilometragem
considerados bons e ótimos.
Com relação aos investimentos em pavimentação de rodovias não pavimentadas, o
foco está no atendimento a municípios relegados ao abandono e sem nenhuma
rodovia pavimentada e trechos de produção agrícola. Estão em andamento as obras
de pavimentação do trecho da TO-239, ligando Itapiratins a Itacajá com extensão de
32,05 km e na rodovia TO-248, o trecho que liga Santa Maria a Recursolândia,
Lajeado/ Tocantínia, Campos Lindos/Serra do Centro, Lagoa do Tocantins/KM 50,
Lago da Confusão/Barreira da Cruz.
Além disso, foi implantado no corrente ano o Plano de Recuperação e Conservação
de Rodovias que está sendo executado em 30 trechos rodoviários. Ao todo, o plano
tem por objetivo executar a recuperação de base e reconstrução do pavimento
asfáltico em mais de 2 mil km. As obras estão em franco desenvolvimento em todas
as regiões, de Norte a Sul, beneficiando praticamente todos os 139 municípios.