Depois da aprovação da medida provisória que compõe os ministérios do governo Lula, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expôs, o seguinte:
"O governo terá que andar com suas pernas a partir de agora."
A sessão que autorizou a MP encerrou na madrugada desta quinta-feira (1º).
A medida, que assegura a composição do governo Lula, foi definida por placar de 337 a 125.
O texto será encaminhado ao Senado, para aprovação da matéria até as 23h59 desta quinta- feira para que a MP não perca a validade.
No momento que retirou-se do Congresso, Lira disse que os líderes de partidos independentes que não fazem parte da base do governo admitiram a necessidade de permitir mais possibilidades ao Planalto.
Lira disse ainda que o governo vai ter mais uma oportunidade de trabalhar em uma conexão permanente, equilibrada e branda.
Lira afirmou que a construção do placar foi feita com "muita conversa, parcimônia e tranquilidade dos líderes".
Negociações diretas tiveram que ser feitas para concordância da MP.
Os esforços do governo podem ser entendidos na liberação de R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares, um recorde para o ano.
Descontentamento na base
Editada por Lula em janeiro, a MP aprovada na Câmara nesta última quarta-feira (30) produziu novos ministérios e reordenou órgãos e atribuições entre as pastas.
Caso a MP perca a validade, ou se for desconsiderada no Senado ou não seja votada até o fim desta quinta-feira, a Esplanada, atualmente com 37 pastas, retornará ao formato de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, com 23 ministérios.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (União-MG), marcou para esta quinta a sessão para votar o texto na Casa.
Mesmo com a aprovação na Câmara, a estrutura inicial montada pelo governo acabou sofrendo algumas modificações, principalmente nos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, o que gerou insatisfações.