Um mês após se tornar réu por colocar a vida de 32 pessoas em risco durante uma escalada no Pico dos Marins, em Piquete (SP), o empresário e coach Pablo Marçal voltou a gerar polêmica ao liderar um grupo de 220 pessoas em uma viagem espiritual a Israel, região marcada por conflitos armados.
A excursão, batizada de “Exôdo”, foi vendida como mentoria espiritual por até R$ 77 mil, valor parcelado em até 12 vezes, segundo publicação feita por Marçal em 7 de junho. O roteiro teve início no dia 18, passando por Egito e Jordânia antes de chegar a Israel nesta quarta-feira (25/6), onde o grupo entrou de ônibus. Apesar do clima de tensão no Oriente Médio, devido aos conflitos recentes entre Israel e Irã, o ex-coach afirmou que tudo foi feito com autorização das autoridades locais.
“Entramos em Israel com autorização do governo. Não estamos aqui por turismo, mas por propósito”, declarou Marçal, em nota oficial. Ele afirmou ainda que o grupo “não tem data para voltar”, apesar de o pacote divulgado nas redes sociais indicar retorno para o próximo sábado (28/6).
Essa nova viagem ocorre enquanto Marçal enfrenta processos na Justiça brasileira. No dia 20 de maio, a juíza Rafaela D. Assunção Cardoso Glioche, do Tribunal de Justiça de São Paulo, aceitou denúncia do Ministério Público por ele ter colocado dezenas de pessoas em perigo na expedição ao Pico dos Marins, em janeiro de 2022. Na ocasião, os participantes precisaram ser resgatados pelo Corpo de Bombeiros após um temporal com ventos de até 100 km/h atingir a Serra da Mantiqueira.
O processo contra Marçal tramita como tentativa de homicídio privilegiado. O Ministério Público chegou a propor um acordo para arquivar o caso, mas a defesa do ex-coach recusou, alegando que não há provas de sua responsabilidade direta pelo evento.
O caso ganhou repercussão nacional após o tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, compartilhar vídeos indignados sobre o resgate. Na época, ele criticou duramente Marçal pela irresponsabilidade de subir a montanha com dezenas de pessoas sem preparo técnico, estrutura ou segurança adequada, classificando a atitude como “fanfarronice”.
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