No Brasil, apesar da grande influência de um governo populista que proporciona assistencialismo e apoio à classe trabalhadora, ainda há uma necessidade urgente de que a população amplie sua mentalidade para compreender seu papel social.
No podcast "Estação Brasil" com o título "O que é populismo? Um conceito em disputa", o apresentador destaca que o tema do populismo no Brasil é frequentemente utilizado de forma imprecisa ou pejorativa, e às vezes até ambos.
Em outras palavras, a definição de populismo é vulgarizada socialmente, tanto entre as pessoas quanto nos meios de comunicação.
É pejorativa porque os governos normalmente não se autodenominam populistas, pois isso pode prejudicar a imagem do político em questão.
Além disso, o termo populista é objeto de estudo que não possui um significado comum estabelecido e é interpretado de maneiras diferentes.
Em vários países, esse termo é compreendido de formas distintas, dependendo de cada fenômeno político.
No podcast, o apresentador expõe que, de maneira geral, o populismo é a manifestação das democracias representativas de sociedades urbanizadas em massa.
No caso do Brasil, o surgimento do populismo está relacionado à primeira experiência democrática na história do país, que ocorreu com o fim do Estado Novo em 1945, bem como ao intenso processo de urbanização que ocorreu no mesmo período, que pode ter ocorrido entre as décadas de 30 e 70, representando um intenso processo de urbanização na história do Brasil.
Tálita Jacy em artigo científico intitulado Getúlio Vargas e Populismo expõe que:
Os avanços realizados por Vargas para a população, particularmente nas áreas trabalhistas, contribuíram para a oficialização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1º de maio de 1943. E logo após ocorreu o reajuste do salário mínimo, que gerou grande impacto desde sua fundação em 1º de maio de 1940.
Neste processo foi integrada a Comissão Técnica de Orientação Sindical, responsável por fortalecer os sindicatos e suas atividades.
Jacy (2009) explica que, a expressão "pai dos pobres", foi mencionada na obra de Levine, onde o autor faz referência um episódio em que Carolina Maria de Jesus, uma jovem negra indigente da zona rural de Minas Gerais, retrata o impacto da Revolução de 30 e a figura de Vargas.
Em suas expressões é apontado o seguinte:
“No pavilhão das mulheres, o assunto principal era a Revolução e os benefícios que ela trouxe para o povo. Destacava-se que as regras do jogo haviam sido modificadas para os trabalhadores, com salários melhores e a possibilidade de ter conta bancária, entre outros benefícios trazidos pela legislação voltada para a classe trabalhadora. Sendo assim, os trabalhadores poderiam se aposentar, e até receber o pagamento integral pelo trabalho realizado. Havia um contentamento com as leis, e Getúlio estava começando a ser reconhecido como o "pai dos pobres". A disciplina era observada entre as pessoas. (LEVINE, 2001, p. 148).
Pode-se perceber que o termo "pai dos pobres" e o populismo são frequentemente mal assimilados. No Brasil, é comum que políticos utilizem esses conceitos em suas campanhas e até mesmo em suas estratégias de assistencialismo de baixo custo, visando atrair determinados grupos e iludir as classes sociais.
É interessante observar que esses políticos, ao obterem apoio por meio de políticas superficiais, aproveitam-se da ingenuidade das pessoas que se contentam com migalhas, enquanto usam recursos públicos em benefício próprio. Um exemplo disso foi destacado em uma matéria divulgada pelo site UOL nesta última segunda-feira (26), revelando que o ministro Alexandre Silveira, responsável pelo Ministério de Minas e Energia, aumentou seu patrimônio em 30 vezes, totalizando quase R$ 80 milhões desde sua primeira candidatura a deputado em 2006.
Este é apenas um simples exemplo de como os brasileiros estão acostumados com a corrupção. Vale lembrar que uma campanha de marketing bem-sucedida pode levar as pessoas a acreditarem em informações errôneas sobre sua própria realidade.
O Lula, por exemplo, não é o "pai dos pobres", ele é apenas um político astuto que utiliza das últimas políticas de sucesso para enganar as pessoas. O Bolsonaro também utilizou perfis e mídias para gerar um sentimento de revolta em relação às políticas de esquerda.
Se o populismo realmente fosse praticado no Brasil, teríamos salários melhores e um sistema de saúde pública de qualidade. No populismo, o povo cobra seus governantes e não os bajula.