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Opinião Polêmica

Lagoinha-SP é acusada de comercializar batismo com taxa de R$ 80

Mensagem interna vazada revela que, sem camiseta e pulseira, fiéis não podem participar da cerimônia

17/07/2025 14h06
Por: Redação
Batismo Batista da Lagoinha (Reprodução)
Batismo Batista da Lagoinha (Reprodução)

A Igreja Lagoinha de Alphaville, em Barueri, São Paulo, liderada pelo pastor André Fernandes, se envolveu em uma nova polêmica após vir à tona a exigência de que fiéis só podem ser batizados mediante a compra de uma camiseta no valor de R$80.Christian books

A prática foi revelada após o vazamento de uma mensagem interna, divulgada inicialmente pelo perfil Bastidores do Templo, e rapidamente compartilhada por vários perfis de notícias gospel.

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O conteúdo, enviado em grupos de WhatsApp da própria igreja, é explícito: “Todos que vão se batizar precisam realizar o check-in para a retirada da camiseta e pulseira do batismo. Sem camiseta ou pulseira, VOCÊ NÃO IRÁ BATIZAR.”

A frase causou indignação nas redes sociais, levantando questionamentos sobre a comercialização de uma das cerimônias mais importantes da fé cristã.

A reação foi imediata. Diversos internautas classificaram a prática como “venda da fé”, apontando que o batismo, segundo as Escrituras, sempre foi gratuito e acessível a todos. “Nem Jesus, nem João Batista cobraram nada para batizar. Isso é comércio dentro do templo”, comentou um usuário. Para muitos, a cobrança contradiz os valores essenciais do evangelho e expõe a institucionalização de práticas que transformam atos espirituais em produtos.

No vídeo, é feito um cálculo da arrecadação baseada nas 1.700 pessoas que foram batizadas na última cerimônia da Lagoinha SP, como divulgado, o valor total arrecadado com as camisetas teria sido de R$136 mil.

Internautas também destacaram a ausência de alternativas para os que não podem pagar. Até o momento, a igreja não confirmou se existe isenção para pessoas em situação de vulnerabilidade. A falta de flexibilidade reforça o tom eliminatório da medida, especialmente para comunidades carentes que compõem parte significativa das igrejas evangélicas brasileiras.

A polêmica foi um dos assuntos mais comentados dessa quarta-feira (16), levantando o debate sobre a cobrança para realização de práticas religiosas e o limite entre organização e exploração.

Embora alguns poucos tentaram justificar destacando que a cobrança visa padronizar o evento e cobrir custos operacionais, críticos afirmam que a imposição fere o princípio bíblico da gratuidade no acesso a Deus.

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