A Câmara dos Deputados celebrou o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé na última terça-feira (21/3). O evento atraiu líderes de religiões de matrizes africanas e políticos apoiadores.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, fez questão de celebrar as tradições dos povos africanos e disse durante o evento que celebrar essas religiões não fere o Estado laico.
“Pode parecer paradoxal, mas nossa existência, nossa liberdade, nossa identidade nacional, na sua multiplicidade, só podem ter vez e voz no estado laico, capaz de acolher os que creem e os que não creem”, disse.
No entanto, uma das falas mais controvérsias ficou com deputada Erika Kokay (PT-DF), que declarou que a data é um marco legal para os povos de matriz africana.
“Que nunca mais ninguém ouse calar esses tambores que carregam a força da nossa ancestralidade, a força do sagrado. Nós estamos aqui com saias rodadas e turbantes para dizer da força que eles carregam na nossa história e na construção da brasilidade”, declarou Kokay.
Já Jack Rocha, deputada federal pelo (PT-ES), lamentou o crescimento de atos de violência contra terreiros.
“Não vamos dar nenhum passo atrás contra racismo religioso e cultura de ódio que se instalaram no Brasil. Quando não reconhecemos a diversidade, o fascismo ocupa com desinformação e atos de violência”, disse.
O autor do projeto de lei que instituiu a data, deputado Vicentinho (PT-SP) disse que assim como há muitos feriados cristãos, o Dia do Candomblé não fere o Estado laico.
“Essa lei não é para tirar a laicidade do estado brasileiro. Nós já temos vários dias cristãos — Natal, Corpus Christi, Semana Santa — que são dias que nós comemoramos com carinho e respeito, mas para as tradições de matriz africana foi preciso empenho”, afirmou.
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