O advogado Pedro Ramos anunciou nesta segunda-feira (3) que deixará a defesa de Georgeval Alves Gonçalves, acusado de torturar, violentar e matar o enteado Kauã e o filho Joaquim em 2018. A decisão foi tomada no início do júri, após o advogado relatar ameaças graves sofridas no âmbito pessoal e familiar.
Ramos afirmou que a intensificação das ameaças nos últimos dias, inclusive no campo virtual, o levou a abandonar a defesa do acusado. “A advocacia criminal não se faz de joelhos”, declarou Ramos, destacando ainda a falta de imparcialidade do júri para que o julgamento ocorresse em Linhares.
No final de semana anterior ao julgamento, o presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), James Walker, já havia sugerido que a defesa abandonasse o caso. Em vídeo publicado nas redes sociais, Walker afirmou que a defesa de Georgeval poderia se retirar sem medo de represálias e multas.
“Sem medo de represália ou eventual multa, eu estou sugerindo aos quatro advogados que, se não conseguirmos uma liminar para desaforar o júri. Sugiro que os senhores se retirem no primeiro minuto da seção plenária”, informou o presidente no vídeo compartilhado pela Anacrim.
Walker enfatizou a gravidade das ameaças sofridas pelos advogados e relatou exemplos como ameaças de morte, linchamento e acusações de que os advogados seriam tão criminosos quanto os réus. “É fundamental registrar que os advogados estão sendo ameaçados de toda forma. Tive acesso a essas ameaças que são gravíssimas”, disse o presidente da Anacrim.
Com a saída do advogado Pedro Ramos, ainda não está claro como ficará a situação da defesa de Georgeval Alves Gonçalves. O julgamento, que estava previsto para a manhã desta segunda-feira (3), terá um desdobramento significativo devido à renúncia do advogado responsável.
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